quarta-feira, 24 de junho de 2009

Meus pés dançavam ao som da triste melodia que dominava minha mente. Vi uma frase sendo escrita perto deles, mas não quis ler - acredito que fosse algo em francês. Não havia frio e, mesmo assim, eu usava três cobertores. Tive medo de fechar os olhos e encontrar os pesadelos de sempre, que já são parte de minha rotina. Enfim cedi; e sonhei.
Tudo acontecia muito rápido, como se pudesse sentir minha vontade de abrir os olhos novamente. Sonhei com luzes embaçadas por minha visão turva; com campos abertos e flores vermelhas sendo tocadas pelo vento; com uma casa simples, mas aconchegante, rodeada por árvores numa alameda sem fim; com largos chapéus de palha e seus detalhes coloridos; com uma tarde de verão onde o Sol não queimava; com pedras saltando na água mais de uma vez; com uma vida sem bens, nem posses, mas bela e, pode-se dizer, abençoada.
Acordei abruptamente, querendo sonhar mais. Sonhar com o silêncio, com perguntas, não queria respostas me assombrando. Afinal, como pode uma pessoa sofrer tanto e ser tão feliz?
O som do piano embalou meu sono – uma melodia triste, que não me faria chorar, não mais. Dormi sorrindo.

Um comentário:

Sujeito Oculto disse...

O problema é ter sempre todas as respostas. Paramos então de procurar. O brilho já não vem. E a vida fica triste.

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