terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ela culparia as cebolas que cortava, mas sabia que precisava daquelas lágrimas - até mesmo esperara por elas. Estava certa de que viriam e chegou a estranhar sua demora.

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"Primeiro, o beijo. Depois, a náusea", palavras que se repetiam em sua mente, constantes, assim como seu mal-estar. Sentia o cheiro repugnante e pegajoso em seus cabelos. O ardor em sua garganta. Via, novamente, o vermelho tingir a rua, seus pés, suas roupas. Voltar contra seu rosto, arranhando-o; pingar de sua boca, escorrendo por seu corpo. Os lábios se retorceram num sorriso desprezível, imundo. Satisfeito por ver os pedaços de mágoa espalhados pelo chão.
"Palavras podem ser indigestas."

Um comentário:

Sujeito Oculto disse...

"Ela culparia as cebolas que cortava, mas sabia que precisava daquelas lágrimas - até mesmo esperara por elas. Estava certa de que viriam e chegou a estranhar sua demora."

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