sexta-feira, 18 de maio de 2012

Quem é Mariana, onde fica? Mariana já era, e não fica propriamente...

O cigarro dele meio apagado no chão, minha angústia ainda queimando por dentro. A vontade de conversar era grande; não fosse pelo garoto entre nós, não fosse pelo ponto cheio de gente e de desdém, eu teria começado a falar, já que ele nunca pára. É engraçado, porque tenho vontade de ouvir Piauí assim como gostaria que me ouvissem: seria capaz de passar uma tarde inteira tentando desvendar todos os mistérios de sua mente, conhecer suas teorias mais absurdas, ouvir suas mais antigas memórias (se é que ele ainda as guarda) até que ele cansasse de falar. Nada disso por obrigação, para classificá-lo ou julgá-lo, mas pela mais inocente e pura curiosidade, e -- aqui, sim -- pela necessidade de conhecer-me, localizar-me, entender-me; de descobrir as razões da dor que aprendi a domar (da pior forma possível), mas que nunca sara.
Minha carona chegou, eu calei meus pensamentos; o cigarro apagou e foi varrido pelo vento. A mágoa ficou.

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